Imagem: Eli Francis (Unsplash) |
(Antes de tudo: sim, esse assunto é batido. Mas o blog é o meu canto de falar sobre o que eu me sentir à vontade, não é mesmo? Então tá. Dito isto, vamos ao que interessa).
Preconceito é uma palavra feia. Mais feio ainda é o seu significado. O fato é que todos nós (ou quase todos) já tivemos algum tipo de preconceito, até sem querer, por um curto período de tempo, etc. E há um preconceito que eu vejo aumentar bastante nos últimos anos: o preconceito literário.
Por mais que no Brasil não haja tantos leitores como em países de primeiro mundo (shame on us!), é fácil perceber que hoje existe um interesse maior das pessoas em livros para jovens, algo desencadeado pelo boom de títulos como Harry Potter, Crepúsculo, Jogos Vorazes, A Culpa é das Estrelas etc. E assim como tudo o que fica famoso, sempre tem alguém que ama e outro alguém que odeia, às vezes, sem motivo algum. E isso é preconceito.
Mas vamos separar as coisas: ao meu ver, só pode ser considerado preconceito literário quando parte de um leitor contra outro leitor ou obra. Aqueles que xingam as mulheres que piram no Sr. Grey quando eles mesmos não leem nem receita de bolo, não contam.
Vou falar pelo que vejo nas redes sociais afora (quer melhor maneira de se analisar o comportamento humano?): tem uma galera que se diz cult, fã de Bukowski, Kafka, Dostoiévski, e mais um milhão de ótimos escritores como esses, e se acham superiores aos que leem best-sellers. Tem também aqueles que só leem Dan Brown, Harlan Coben, James Patterson, e julgam o pessoal que curte um livro juvenil de fantasia. Gente, POR QUÊ? Qual é o problema em ler aquilo que se gosta, que chama a atenção, que encanta, que faz com que se viaje por universos e mundos nunca explorados…?
Eu mesma venho tentando parar com essa mania feia. Por exemplo, não gosto de chick-lit, li um ou dois livros e achei bem repetitivo. Mas é um gênero que vende e muito, e que carrega milhões de fãs pelo mundo. Pessoas românticas, apaixonadas, que muitas vezes querem apenas uma história leve e que as façam suspirar e sorrir. Cara, quem sou eu pra dizer que estão errados, que esses livros não prestam, etc.?
Tem também a leva de livros eróticos que surgiu de uns meses pra cá, graças ao sucesso de 50 Tons de Cinza. Esses livros miram direto no coração (e em outras partes também) do público feminino. E eu também me pego torcendo o nariz de vez em quando, mesmo tentando evitar. Mas é aquela coisa: homens tem seus filmes; mulheres, seus livros. E a linha de raciocínio é a mesma: se faz a pessoa feliz, tenho mais é que ficar na minha.
O que não pode é a gente ficar se alfinetando. Julgando o outro porque lê determinado livro e gosta, idolatra. O que importa é o ato de ler. Temos que nos unir e trazer mais gente pra esse mundinho lindo da literatura, seja ela qual for.
Eu, por exemplo, tento ler um pouco de tudo: dos clássicos aos contemporâneos. De Edgar Allan Poe a John Green. Gosto de ter conhecimento, explorar gêneros diferentes, dar uma chance para me apaixonar por um livro ou autor que nunca imaginava.
Temos que aprender a achar bacana quando vemos alguém lendo na rua, no ônibus ou na faculdade, independente do que seja. Quanto mais leitores, mais cabeças pensantes, mais gente fazendo coisa boa nesse mundo. E isso nunca é demais.
Ah, e só um PS.: Livros mal escritos continuam sendo livros mal escritos. Não to dizendo que tudo que é publicado é bom, longe disso! É só uma questão de respeito ao gosto alheio.
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