Resenha | Mentirosos

Autor: E. Lockhart
Editora: Seguinte
Páginas: 272
Ano: 2014
Classificação:
Skoob

Sinopse: Os Sinclair são uma família rica e renomada, que se recusa a admitir que está em decadência e se agarra a todo custo às tradições. Assim, todo ano o patriarca, suas três filhas e seus respectivos filhos passam as férias de verão em sua ilha particular. Cadence - neta primogênita e principal herdeira -, seus primos Johnny e Mirren e o amigo Gat são inseparáveis desde pequenos, e juntos formam um grupo chamado Mentirosos.
Durante o verão de seus quinze anos, as férias idílicas de Cadence são interrompidas quando a garota sofre um estranho acidente. Ela passa os próximos dois anos em um período conturbado, com amnésia, depressão, fortes dores de cabeça e muitos analgésicos. Toda a família a trata com extremo cuidado e se recusa a dar mais detalhes sobre o ocorrido… até que Cadence finalmente volta à ilha para juntar as lembranças do que realmente aconteceu.

PARA O MUNDO! Que livro é esse, minha gente? Olha, eu li trocentas resenhas antes de decidir comprá-lo, pensei, repensei, pensei de novo se valia a pena, mesmo com receio. Porque é aquela coisa: livro que todo mundo gosta, pode ser que eu odeie. Sou dessas, dsclp. Mas não foi o que aconteceu com Mentirosos, não mesmo.

Eu vou ter que repetir o que já li em muitas outras resenhas sobre esta obra: quanto menos você souber sobre o enredo, melhor. A sinopse revela o suficiente, e eu aconselharia a você nem ler as orelhas do livro, caso tenha esse costume. Só após o término da leitura. Não tem nenhum spoiler gritante ali, mas pode ser que faça você começar a maquinar ideias antes da hora.

Acho que o ponto que mais se destaca em Mentirosos é a escrita de E. Lockhart. Esta moça consegue misturar lirismo e simplicidade, prosa e poesia de um jeito tão harmônico que dá vontade de abraçá-la. O que muitas vezes poderia soar pretensioso, do ponto de vista estético, aqui faz todo o sentido e nos deixa ainda mais maravilhados com a narrativa.

Cadence é uma boa protagonista. Ela se revolta com a obrigação de sempre ter que manter as aparências da poderosa família Sinclair, e possui um quê de rebelde sem causa que é até agradável. Impossível não sentir náuseas por certas frases exclamadas por seu avô, sua mãe ou tias. É tanto preconceito velado, tanta felicidade de fachada, que só me fez ficar ainda mais chocada ao descobrir o que realmente aconteceu no verão dos quinze, o período que Cadence tanto tenta se lembrar.

Imagens: Stephanie Bertram

Os personagens secundários que dão nome ao grupo-título do qual Cady faz parte também são bem trabalhados e críveis. Gat, que é o único que não possui o sangue Sinclair, é incrivelmente real, com questionamentos sociais e políticos que nos fazem refletir. Não cheguei a ter uma queda por ele, o que senti mesmo foi admiração. Ponto para a autora que levanta assuntos relevantes e coloca seus (jovens) leitores para repensar atitudes, valores e prioridades.

Olha, tem um milhão de coisas que eu gostaria de falar sobre Mentirosos, mas não posso. Vou procurar alguns grupos de discussão no Facebook porque tenho algumas perguntas e teorias que gostaria de compartilhar. O que você, amigo que ainda não leu, precisa saber, é: E. Lockhart conseguiu moldar a história de tal maneira que quanto mais perto chegamos do fim, mais revelações vão sendo descobertas, de uma maneira gradativa e cada vez mais impressionante. Portanto, leia e se surpreenda assim como eu e tantos outros leitores.

Mentirosos só não foi um 5 estrelas+favorito para mim porque, de verdade, eu sou bem chata. Me senti uma mera espectadora dos acontecimentos até a fase final do livro, quando a verdade finalmente é revelada. A partir dali, sim, eu senti toda a dor, todo o sofrimento, todo o impacto do que aconteceu. Mas como isso só se deu muito no fim, acabei não conseguindo torna-lo um dos meus livros favoritos. Mas claro, foi uma das melhores leituras de 2015 :}

Ah, e só um adendo: a edição ficou bem bacana! Tentei, nas fotos, capturar a capa metalizada e as marcas de dedos, mas acho que não rolou… Bom, o que vale é a intenção, né?!

Esta resenha faz parte do Desafio Literário Skoob 2015 (saiba mais clicando aqui).

Tema de Abril: Pega na mentira! (uma história que envolva mentira, falsidade, enganação) 

Beijos e até o próximo post!

Comente! 4 estrelas e meia, desafio literário, livros, resenha