Resenha | Nada (retorno do canal!)

Gente, to tão feliz em dar essa notícia: o canal está de volta, eeeee! :D

Foram muitos meses pensando e pensando se eu deveria voltar mesmo usando uma câmera compacta que mal deixa ler o nome do Kindle, mas como eu falo no vídeo, vou investir em conteúdo e o equipamento eu penso depois. O que importa é produzir vídeos de qualidade, pois não adianta ser em HD se são 9 minutos que você se arrependerá de ter assistido, né?

Agora voltei com tudo, trazendo uma resenha do amor pra vocês. Abaixo você pode acompanhar a resenha escrita, caso não queria assistir o vídeo (mas eu adoraria que você assistisse!).

Autor: Janne Teller
Editora: Record
Páginas: 128
Ano: 2013

Classificação: 

Skoob

Sinopse: “Nada importa.” “Você começa a morrer no instante em que nasce.” Pierre Anthon está no sétimo ano e tem a certeza de que nada na vida tem importância. Por isso, ele decide abandonar a sala de aula e passar os dias nos galhos de uma ameixeira, tentando convencer seus companheiros de classe a pensar do mesmo modo. Agora, diante da recusa do menino de descer da árvore, seus colegas farão uma pilha de objetos que significam muito para cada um deles, e com isso esperam persuadi-lo de que está errado.A pilha começa com uma coleção de livros, uma vara de pescar, um hamster de estimação... Contudo, com o passar do tempo, os participantes se desafiam a abrir mão de coisas ainda mais especiais. A pilha de significados logo se transforma em algo macabro e doentio, que coloca em xeque a fé e a inocência da juventude.
Após grande aclamação da crítica e inúmeros prêmios, Nada é considerado um clássico moderno, tendo vendido cerca de 240 mil exemplares na Alemanha e com direitos de tradução para 22 países. Printz Honor de 2011.

Nada, da autora dinamarquesa Janne Teller, me conquistou pela capa. Adquiri o ebook sem nem ter lido a sinopse, só porque achei a arte incrível e muito tocante. Ao ler sobre o que se tratava, me interessei ainda mais. Mas eu realmente não esperava encontrar o que encontrei neste pequeno, mas poderoso livro.

A história é narrada em primeira pessoa por Agnes, uma menina que faz parte do grupo de pré-adolescentes da classe de Pierre Anthon. Como o livro é curto, a autora não se aprofunda muito nos detalhes sobre cada personagem, e nossa narradora apenas cita os fatos que ela julga importante sobre as outras crianças envolvidas. Sabemos que são colegas de escola e que todos ficam muito incomodados com o que Pierre Anthon afirma; e isso os motiva a criar a tal Pilha de Significados.

O livro começa simples, sem grandes acontecimentos. As frases ditas por Pierre Anthon são o ponto alto do início da história. Aos poucos, o enredo toma um rumo um tanto quanto inesperado, e começamos a nos perguntar aonde aquilo tudo vai dar. É difícil acreditar que certas atitudes estão partindo de pessoas com menos de 15 anos... É tanta perversidade, tanta frieza, que é impossível ficarmos alheios à isso. Nos sentimos cúmplices de tudo.

A autora nos provoca o tempo todo. Usa dos pensamentos e frases ácidas de Pierre Anthon para nos fazer refletir sobre o sentido da vida, o significado de tudo e o que realmente importa. Me senti levando um belo tapa na cara em várias passagens da obra.

Se viverem até 80 anos, terão dormido 30 anos, ido a escola e feito deveres de casa por 4 anos e trabalhado quase 14 anos. Como já passaram mais de 6 anos sendo crianças e brincando, a ainda passarão 12 anos limpando, fazendo comida e cuidando dos filhos, sobrarão no máximo 9 anos para viver.

Não posso falar muito da minha opinião sobre os acontecimentos para não soltar spoilers, mas acredito que tudo piora de verdade a partir do momento em que os amigos começam a pedir uns aos outros aquilo que tenha um significado além do material. Se pararmos para pensar, estas coisas são as mais valiosas.

Não me lembro da última vez que me choquei tanto ou que quis fechar os olhos para não ler uma cena de um livro. E isso aconteceu mais de uma vez em Nada. Desconforto é pouco para descrever o que esta obra vai te fazer sentir. Você ficará assustado, perturbado e incomodado. E eu acho que isso por si só já vale muito a pena.

Concluindo: Nada é um livro sobre a vida. O que importa? O que vale a pena? Quais são os limites que determinam o valor de algo? Essas e algumas questões sobre sanidade e inocência vão me assombrar por um bom tempo. Além de também ser uma história sobre vingança, persuasão e violência.

Tenho apenas um ponto negativo a destacar, que é o desenvolvimento do meio pro fim. Apesar de ser totalmente justificável, principalmente para dar “moral” à história, confesso ter achado um pouco surreal a maneira que a autora abordou o “encerramento” da Pilha de Significados. Mas acaba sendo válido para que o impacto seja ainda maior ao término da leitura.

Nem preciso dizer que é um livro mais do que recomendado! Convido você a sair da sua zona de conforto e se deixar levar por Nada. Depois me conta o que achou, ok?

Beijos e até o próximo post :*

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