Resenha | Mil Pedaços de Você

segunda-feira, 14 de março de 2016


Autor: Claudia Gray
Editora: Agir Now
Páginas: 288
Ano: 2015
Classificação:
Skoob
SinopseMarguerite Caine cresceu cercada por teorias científicas revolucionárias graças aos pais, dois físicos brilhantes. Mas nada chega aos pés da mais recente invenção de sua mãe — um aparelho chamado Firebird, que permite que as pessoas alcancem dimensões paralelas. 
Quando o pai de Marguerite é assassinado, todas as evidências apontam para a mesma pessoa: Paul, o brilhante e enigmático pupilo dos professores. Antes de ser preso, ele escapa para outra realidade, fechando o ciclo do que parece ser o crime perfeito. Paul, no entanto, não considerou um fator fundamental: Marguerite. A filha do renomado cientista Henry Caine não sabe se é capaz de matar, mas, para vingar a morte de seu pai, está disposta a descobrir.
Com a ajuda de outro estudante de física, a garota persegue o suspeito por várias dimensões. Em cada novo mundo, Marguerite encontra outra versão de Paul e, a cada novo encontro, suas certezas sobre a culpa dele diminuem. Será que as mesmas dúvidas entre eles estão destinadas a surgirem, de novo e de novo, em todas as vidas dos dois?
Em meio a tantas existências drasticamente diferentes — uma grã-duquesa na Rússia czarista, uma órfã baladeira numa Londres futurista, uma refugiada em uma estação no meio do oceano —, Marguerite se questiona: entre todas as infinitas possibilidades do universo, o amor pode ser aquilo que perdura?
Quem acompanha o canal do blog (inscreva-se aqui), viu que no meu vídeo sobre os livros para ler em 2016 eu falei sobre Mil Pedaços de Você com muita empolgação, mesmo sabendo que o livro poderia nem ser tão bom assim. Pois é, eu li e hoje venho dizer pra vocês o que eu achei desse livro... que pra resumir, foi bem meh.

Sou muito fã da série Fringe, e por conta dela me encantei por universos paralelos e as teorias em volta deles. E isso foi crucial na minha escolha por este livro, que tem como trama principal a viagem da protagonista Marguerite entre inúmeros universos em busca do assassino de seu pai. Fui ler esperando muita ação, ritmo acelerado e imersão nos diversos mundos apresentados. O que encontrei foi um triângulo amoroso mal feito em meio a um enredo que tem como maior ponto positivo sua ambientação.

Eu já sabia que não encontraria uma obra-prima em MPV, já que inúmeras resenhas que li diziam que o livro deixava a desejar. E o que ocorre é que Claudia Gray cai em uma armadilha muito comum: a boa ideia que se perde em meio a um desenvolvimento pobre e motivação sempre justificada pelo amor adolescente. Eu não sou contra romance, acho válido existir, mas quando ele se sobrepõe à ideia principal do enredo, nunca sai boa coisa e sempre acabo decepcionada no fim.

Como o triângulo amoroso foi o que mais me incomodou na história, preciso apontar alguns problemas em relação às "partes" desse romance. Marguerite, a protagonista, é um clichê ambulante: a filha de cientistas que não leva jeito para Exatas mas é um prodígio nas Artes (conveniente, não?!). Paul, o suposto assassino de Henry, é um nerd de baixa renda que chegou onde chegou devido a seu esforço, e que mesmo vivendo e respirando Física tem tempo para cuidar de seus músculos e ter a aparência de um deus grego (pode revirar seu olhos, eu deixo). Theo (não tão musculoso quanto Paul, mas quase lá), tinha tudo para ser um personagem cativante e tridimensional, mas soa inverossímil, apesar de ter sim sua graça.



Nem me deixem começar a falar da dinâmica entre os seis personagens que compõem o círculo familiar de Marguerite. Pais perfeitos, irmã aventureira (muito mais interessante que a própria protagonista) e dois jovens que foram praticamente adotados por sua família, vivendo e crescendo juntos sob o mesmo teto. Posso estar errada, mas pela minha (pouca) experiência, jovens de 20-21 anos dificilmente se interessariam por uma pintora de cabelo rebelde que viram crescer. Por mais nerds que sejam, o natural seria que Theo e/ou Paul se sentissem atraídos pela irmã de Marguerite, (...), que é uma menina engraçada, espirituosa e bem resolvida, totalmente oposta ao que os meninos são. E é exatamente por isso que bato na tecla de que ela deveria ser a personagem principal, e não a songa-monga da irmã mais nova...

Tirando esse ponto, eu gostei sim do livro. Como falei lá em cima, a ambientação tem grande destaque, foi fácil imaginar desde uma Londres futurista até uma Rússia czarista, com todos seus detalhes e atmosferas. O ritmo de leitura não é lento, mas muitas cenas são longas (principalmente as românticas, argh!), então pode se preparar para parágrafos e parágrafos de corações indecisos e declarações melosas.



Uma coisa boa é que o final é fechado, com poucas pontas soltas e sem cliffhangers. Isso é bom porque dá pra esperar com tranquilidade a sequência, Ten Thousand Skies Above You, que ainda não tem previsão de lançamento no Brasil.

Portanto, se você também ficou encantado pela capa e premissa da história, saiba que o enredo não se aprofunda muito no quesito "universos paralelos", focando mais no romance vivido pela protagonista e deixando de lado diversas possíveis tramas interessantes. Vou continuar a trilogia pois o assunto me interessa, mas já estou preparada para novamente não achar a sequência tão maravilhosa assim.


Esta resenha faz parte do Desafio Literário I Dare You 2.0 (saiba mais clicando aqui).
Tema escolhido para Fevereiro: Livro da TBR

Beijos e até o próximo post :*

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