Resenha | Tartarugas Até Lá Embaixo

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Páginas: 256
Ano: 2017

Classificação:

Sinopse:Depois de seis anos, milhões de livros vendidos, dois filmes de sucesso e uma legião de fãs apaixonados ao redor do mundo, John Green, autor do inesquecível A culpa é das estrelas, lança o mais pessoal de todos os seus romances: Tartarugas até lá embaixo.A história acompanha a jornada de Aza Holmes, uma menina de 16 anos que sai em busca de um bilionário misteriosamente desaparecido – quem encontrá-lo receberá uma polpuda recompensa em dinheiro – enquanto lida com o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).Repleto de referências da vida do autor – entre elas, a tão marcada paixão pela cultura pop e o TOC, transtorno mental que o afeta desde a infância –, Tartarugas até lá embaixo tem tudo o que fez de John Green um dos mais queridos autores contemporâneos. Um livro incrível, recheado de frases sublinháveis, que fala de amizades duradouras e reencontros inesperados, fan-fics de Star Wars e – por que não? – peculiares répteis neozelandeses.
Saúde mental é um assunto sério. E ultimamente ele vem sendo abordado com cada vez mais frequência pela mídia, como por exemplo na série 13 Reasons Why, da Netflix. Depressão, transtornos de ansiedade e bipolar, TOC e muitas outras condições estão recebendo um pouco mais de atenção hoje em dia, principalmente quando falamos em jovens sendo diagnosticados com tais distúrbios.

Em Tartarugas Até Lá Embaixo, John Green aborda a vida de uma adolescente que sofre de TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo), que também é um distúrbio que o próprio autor convive há anos. Era de se esperar que o assunto fosse tratado com responsabilidade e verossimilhança, mas eu não estava preparada para o turbilhão de emoções que me atingiriam com esta leitura.

Aza Holmes tem 16 anos e é uma protagonista típica dos livros de John Green. Excêntrica, inteligente, sarcástica… só que ela sofre com esta doença que afeta sua vida há anos e tenta levar uma vida normal, na medida do possível.

Não quero falar muito da sinopse porque é muito legal descobrir o que leva Aza e sua amiga Dayse a perseguirem um bilionário sumido para ganharem uma boa quantia em quantia em dinheiro como recompensa. Pode parecer que este é o ponto principal da história, mas na verdade essa perseguição é apenas uma das nuances que permeiam a obra. Em Tartarugas encontramos relações de amor, família e amizade, autodescoberta e claro, saúde mental.

Os personagens são todos diferentões e tem seus defeitos e qualidades, mas compartilham aquela excentricidade clássica encontrada em outros livros do autor. A amizade de Dayse e Aza por vezes pode não ser muito equilibrada, mas é crível (eu quis matar a Dayse em uma cena em particular, mas tudo bem). Gostei particularmente de Noah, o irmão mais novo de Davis, que se mostra uma criança bastante afetada pelo pai ausente.

Já faz bons anos desde que John Green publicou seu último livro solo, e por mais que suas características se mantenham mais presentes do que nunca, fiquei muito feliz em ver o amadurecimento de sua escrita e de sua narrativa. Os diálogos ainda são um tanto filosóficos para a idade dos personagens, mas mesmo assim é difícil não se encantar e não querer marcar as frases de efeito da obra. Tem amor adolescente aqui também, mas não senti que sufoca a gente. Nesse quesito é algo bem leve e tranquilo de acompanhar.

Agora o que mais me tocou em Tartarugas com certeza foi a abordagem profunda das crises de Aza. John Green fala com muita propriedade sobre o TOC e nos arrebata com emoções difíceis de explicar; eu não só me senti aflita pela Aza, eu realmente entrei na personagem e me senti como ela. O coração acelerou, tive falta de ar e me deixei afetar muito pelos pensamentos dela. Talvez porque eu reconheça alguns desses sintomas de perto e sinta que minha mente às vezes possa se afundar em divagações não tão legais, ou simplesmente porque costumo sentir empatia por pessoas com este tipo de distúrbio. Só sei que foi uma jornada muito intensa e inesquecível.

Recomendo sem dúvidas a leitura, tanto para quem gosta ou não curte muito outros livros do mesmo autor. John Green realmente se superou em Tartarugas Até Lá Embaixo e tratou a saúde mental com muita sensibilidade.

Beijos e até o próximo post!

2 comentários:

  1. Oi, Steph. Já li e concordo com você. A busca pelo milionário desaparecido é plano de fundo para a aventura maior que se passa dentro da cabeça da Aza. Eu gostei desse livro e especialmente das referências geeks! Beijos

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    1. As referências são bem legais mesmo! Esse livro foi uma delicinha de ler <3

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